Pois agora que Portugal se foi do mundial, e o Brasil também se seguiu, já há calma suficiente para tecer alguns comentários sobre esse acontecimento.
O primeiro aspecto positivo é que é de facto um acontecimento global. De entre os meus colegas estrangeiros apenas um de Taiwan e outro do Canadá é que não mostram interesse por esta competição desportiva.
Os outros agitam-se em comentários à hora de almoço, parabéns e condolências após os jogos, apostas e comentários e análises dos jogos. E constata-se que os dinamarqueses são tão fanáticos por futebol como os portugueses. Claro que não têm o Cristiano Ronaldo, nem o Luís Figo, nem o Mourinho, nem nada parecido. Mas já foram campeões da Europa, coisa que nós só cheirámos…
Os dinamarqueses também são danados para o jogo, e o pessoal desdobra-se em apostas, por departamentos, grupos de amigos, sites da net. Eu lá participei na aposta do departamento e não me dei mal, fiquei em segundo (eu e mais uns quantos).
Umas palavrinhas para a selecção. Fizeram o seu melhor. Não temos jogadores assim tão bons, fazem quase todos parte de uma mediania a nível europeu ou mundial. A Espanha tem uma equipa melhor. O jogador que temos que é melhor, acho que atrapalha mais que ajuda (não ele, mas a fama…). O professor fez o que podia, e se lhe derem tempo e condições talvez consiga construir alguma coisa. Senão, vai ser mais do mesmo, e passada a geração de ouro vamos voltar aos tempos do golo heróico do Carlos Manuel. Ou seja, conseguimos a qualificação onde em vez, quando os outros estiverem distraídos e o vento soprar a favor.
Quanto ao ambiente aqui em Copenhaga, continua fantástico. O pessoal continua entusiasmado para ver os jogos e vibrar com o espectáculo. E com o bom tempo que se vai sentindo, parece uma festa.
Há vários sítios para ver a bola. Alguns perto da empresa (a casa de uma colega portuguesa onde vi alguns jogos da selecção, ou um pub que tem tantos ecrãs que a dificuldade é decidir para onde olhar) ou outros no meio da cidade, com ecrãs gigantes. Claro que, seja a que hora a que for, é sempre possível flexibilizar o horário de trabalho para ver a bola. Pelo menos a selecção de cada um ninguém questiona.
O jogo Portugal – Espanha vi num sítio bem catita. “Ofelia Beach”. Situada no porto, junto ao mar, tem ecrã gigante, areia, puffs, bares, e uns campos para a malta fazer umas brincadeiras na areia enquanto o jogo não começa. Assim que o jogo de Portugal terminou até São Pedro estava triste, que mandou uma carga de água que parecia uma chuva tropical.
Amanhã talvez vá lá ver o Argentina – Alemanha.
Ficam algumas imagens:
Pois amigo Vasco,este acontecimento mundial que é o futebol, afecta muitos, inclusivamente mulheres que nunca quiseram saber disso para nada (sorriso)…mas o orgulho nacional, o facto de se viver na Dinamarca sendo portuguesa, e o sentimento de união para com os outros portugueses, que também vivem na DK e fazem parte da comunidade portuguesa, ajuda muito a sentir a vibração e orgulho de ver o VM… Não jogámos muito bem, outros jogaram melhor (é verdade) mas melhores tempos virão…. A esperança e a última coisa a morrer… Olha o Brasil que tem uma equipa melhor,também perdeu!!!! Dentro de uns meses, é ver o EM, onde Portugal vai jogar (de novo) contra a Dinamarca – e aí, é ver o Parken cheio de portugueses a vibrarem de orgulho e a incentivarem a selecção portuguesa… Isso sim, é o que conta no fim de tudo estar acabado: a união entre os portugueses, o orgulho de ser português, e o sentimento de que juntos somos uma força imparável… Isso é o verdadeiro sentido do futebol….